É muito comum atendermos pacientes no consultório que tenham feito colecistectomia. Antigamente a orientação padrão era: “evite consumir gorduras”. Mas será que é só isso? O que será que deve mudar em longo prazo na alimentação e suplementação para pacientes que não possuem mais vesícula?
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Mesmo que a vesícula biliar não seja um órgão vital, sua remoção pode ter consequências metabólicas.
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A vesícula biliar é responsável pelo armazenamento de bile ou ácidos biliares (ABs). Os ABs são produtos finais do metabolismo do colesterol e sua síntese é um dos procedimentos que levam à eliminação do excesso de colesterol.
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Os ABs não estão envolvidos apenas com a digestão de gorduras e absorção de vitaminas lipossolúveis, mas também agem como moléculas sinalizadoras implicadas em diferentes vias metabólicas.
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Eles são importantes para o metabolismo da glicose, metabolismo energético e fundamentais para a microbiota intestinal. Alguns autores acreditam que os ABs sejam os PRINCIPAIS reguladores da microbiota intestinal.
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A colecistectomia geralmente diminui o tamanho do pool de ácidos biliares e aumenta as taxas de recirculação entero-hepática dos ácidos biliares; isso pode afetar a microbiota intestinal.
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Talvez esta seja a principal causa das complicações em longo prazo pós colecistectomia, incluindo aumento do IMC, SM, esteatose hepática, deficiência de vitaminas lipossolúveis, gastrite e até cirrose)
Na prática clinica, as recomendações são:
✅ Dieta hipolipídica (<200 mg de colesterol/dia);
✅ Baixo consumo de gordura saturada
✅Rica em fibras (mínimo 30g)
✅Restauração da microbiota com probióticos, polifenois e prebióticos.
✅Suplementação de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, K e E)
✅Chás digestivos após as refeições: gengibre, hortelã, erva doce e camomila.
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